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sexta-feira, 30 de maio de 2008

A música - Baudelaire

Oi, pessoal
Hoje é sexta-feira e claro que estou cansadérrima. Então vou encerrar a semana com uma poesia, como sempre tenho feito. Hoje será de Charles Baudelaire, poeta francês (1821-1867).

A MÚSICA


A música me arrasta às vezes como o mar!
No encalço de um astro,
Sob um teto de bruma ou dissolvido no ar,
Iço a vela ao mastro;

O peito para frente e os pulmões enfunados
Tal qual uma tela,
Escalo o dorso aos vagalhões entrelaçados
Que a noite me vela;

Sinto que em mim ecoam todas as paixões
De um navio aflito;
O vento, a tempestade e suas convulsões

No abismo infinito
Me embalam. Ou então, mar calmo, espelho austero
De meu desespero!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ribeirão Preto Online - O novo jeito de ver Ribeirão

Oi, gente
Hoje vou puxar a sardinha para o meu lado e a dica é o site que eu edito ( hehe): o Ribeirão Preto Online. Quem ainda não conhece, faça-me o favor de entrar clicando aqui. O Ribeirão Preto Online está de cara nova e o novo layout entrou no ar hoje a tarde, após meses de trabalho. Está mais leve, dinâmico, com mais notícias na capa e a cada dia estamos aprimorando as seções de serviços e as editorias.
A cada novidade do site, vou postar aqui.
Quero parabenizar ao Rafael ( webdesigner) que fez o novo layout e as meninas da equipe, que estão no corre com as matérias e atualizações: Aline e Amanda, e Carol ( fotógrafa).
Valeu, pessoal!
Beijos e boa quinta!
www.ribeiraopretoonline.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mulher lê mais que homem, aponta pesquisa nacional

Olá, to voltando mais rápido que nunca, hein. Agora posso me dedicar um pouco mais ao blog.
A visita de hoje é só para deixar uma notícia que saiu na Folha Online hoje. Veja :

Mulher lê mais que homem, aponta pesquisa nacional
da Folha de S.Paulo, em Brasília

As mulheres lêem mais que os homens, diz a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que será divulgada hoje, em Brasília.
O estudo, elaborado pelo Instituto Pró-Livro, mostra que população está acostumada a dedicar muito pouco --ou quase nenhum-- tempo aos livros. Do total dos leitores, 55% são do sexo feminino, público maior em quase todos os gêneros da literatura -os homens lêem mais apenas sobre história, política e ciências sociais.
Segundo a pesquisa, a Bíblia é o livro mais lido pela população brasileira --43 milhões de pessoas já a leram, dos quais 45% afirmaram fazê-lo com freqüência.
O segundo colocado é o livro "O Sítio do Picapau Amarelo", de Monteiro Lobato, apontado como o escritor mais lido no Brasil. A lista dos escritores brasileiros mais lidos inclui ainda, pela ordem, além de Lobato, Paulo Coelho, Jorge Amado e Machado de Assis.

Ps. Gente, vamos mudar este quadro e nos dedicar um pouco mais à leitura, né. O leitor assíduo escreve melhor, tem argumentos, discernimento, assunto pra conversar, conhecimento, raciocínio rápido, bagagem cultural, entre milhares de outras qualidades. Como dizia minha professora do ensino fundamental, tia Vera, podem tirar tudo de você, menos seu conhecimento.
Você tem tempo para um monte de coisas, trabalhar, dormir, estudar, ficar horas no computador e na televisão, tomar uma cervejinha com os amigos, ficar batendo papo com o vizinho, com o amigo no telefone, entre milhares de coisas. Porque não subtrai um pouquinho de tempo de tudo isso e não tire alguns minutos do dia para ler??? Hein??
Tá dado o recado, beijos

terça-feira, 27 de maio de 2008

Dicas culturais para encarar o Holocausto

Se há algo que eu definitivamente não consigo entender, é o que aconteceu na Alemanha na primeira metade do século XX, as barbáries que foram cometidas no Holocausto. Pelamordedeus, alguém pode me explicar o que foi aquilo? Anos se passaram, pouquíssimos sobreviventes estão aqui para contar o que realmente aconteceu (e nem quero mais ouvir, pois estou cansada de saber) e mesmo assim não há nada que seja capaz de apagar essa mancha que a Alemanha vai carregar para sempre consigo. Nenhum episódio na humanidade foi tão chocante, e nunca haverá. Não há adjetivos que descrevam o que os alemães fizeram com famílias inteiras, cidades, estados e países.
O assunto é desagradável, eu sei, mas esta é uma parte da história da qual não podemos fugir, por mais que queiramos nos esconder dentro de conchas submersas no mais profundo oceano, o Holocausto vai nos perseguir para sempre. Principalmente aos alemães.
Esse nariz de cera gigante foi apenas para dar duas indicações: um filme e um livro sobre o Holocausto. Como eu, você já deve ter visto milhares de coisas a respeito. Eu vi tanto, na faculdade inclusive, que até cansei. Chegou uma hora que nem chorar eu conseguia mais, ficava apenas um torpor a cada fim de livro ou filme, ou documentário.
O filme que indico e que é muito bom é O Pianista. Nem vou falar muito sobre ele, pois você já deve ter visto. Roteiro, direção e atuações fantásticas. Mas eu confesso, tenho o filme em casa mas eu não assisto nunca mais. É tipo O óleo de Lorenzo, você assiste uma vez, chora, quase morre e nunca mais quer ver, porque uma vez só já bastou para toda a vida. O Pianista é assim. Recomendo que vejam, nem que seja uma vez na vida.
O livro que acabei de encerrar esta tarde foi A menina que roubava livros, do jovem australiano Markus Zusak. Uma narrativa apaixonante de uma menina que se torna amante das palavras e rouba livros em meio à Alemanha nazista exterminadora de judeus. O autor mostrou o outro lado da II Guerra Mundial, em que nem todos os alemães faziam parte da loucura do Führer. Traz personagens secundários que dão todo o lirismo a história e nos transporta para aquela época de medo e tensão.
Duas dicas poéticas para encarar de frente o nazismo. Topas?
Beijos, boa terça

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Dica de filmaço com tema jornalístico : O resgate de um campeão


Olá!

Este feriado foi meio xoxo, confesso. Mas deu pra descansar, adiantar bem a leitura de A menina que roubava livros ( sehr gut = muito bom!!!!) e pra ver um filme óteeeemo, principalmente para quem é jornalista, como yo. Adoro filmes com temas que envolvem jornalismo, claro.

Trata-se de um super lançamento, deve ter chegado essa semana nas locadoras. O filme se chama O resgate de um campeão e conta a história real de um repórter esportivo Erik (o fofíssimo Josh Hartnett), que encontra um sem-teto e acredita que ele seja Bob Satterfield ( Samuel L. Jackson), uma lenda do boxe, que todos acreditavam estar morto. Assim, surge para o jovem a oportunidade de uma grande matéria, resgatando a história de um campeão. Acreditando apenas no que diz o tal Bob, ele escreve a história, alcança o sucesso, mas não pára por aí. Não vou contar o que acontece porque senão perde a graça, mas o filme tem um reviravolta empolgante e dá uma lição de jornalismo e nos ensina a sempre checar todas as fontes antes de publicar algo, nem que demore mais que o previsto.

Esta jornada do ambicioso repórter transforma-se em uma viagem pessoal, na qual ele reexaminará sua própria vida e seu relacionamento com a família.

Jornalistas ou não, o filme vale para quem gosta de uma história bem contada.


Direção : Rod Lurie


Elenco : Peter Coyote, Alan Alda, Teri Hatcher, Josh Hartnett e Samuel L. Jackson


Gênero : Drama


Ano : 2008


Distruibuidora : Focus Filmes


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Uma pitada de Pablo Neruda para fechar o dia

Oiii, gente

Conheci o poeta chileno Pablo Neruda aos 14 anos, no auge do meu lirismo e romantismo adolescente, quando só lia poemas e histórias de amor daquelas de chorar mesmo. Gostei muito do estilo de Pablo, e quando assisti o Carteiro e o Poeta na escola, me senti super íntima do escritor, pois eu era a única na turma que conhecia seus textos. Abaixo segue um lindo poema, para fechar o dia.

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosada minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda - 1904-1973

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Zélia Gattai deixa grandes obras literárias


A escritora Zélia Gattai Amado, mulher de Jorge Amado e que atualmente ocupava a 23ª cadeira da Academia Brasileira de Letras, morreu na tarde deste sábado (17), aos 91 anos, em Salvador. Gattai estava internada desde o dia 17 do mês passado, quando passou por uma cirurgia de desobstrução do intestino. Além de escritora, Zélia era amante da fotografia, e registrou inúmeros momentos de sua vida ao lado do Jorge Amado, com quem viveu por 56 anos. Confesso que ainda não li nenhuma de suas obras por falta de oportunidade, também....são tantos livros neste mundo e tão pouco tempo. Precisaria viver 100 vidas para ler tudo o que já foi publicado, Às vezes nem isso. Mas já estou providenciando um exemplar de Anarquistas Graças a Deus, seu primeiro livro.

Mas posso dizer com a boca cheia que adoro o Jorge Amado, já li vários livros dele e Capitães da Areia foi o primeiro romance que li, quando eu tinha apenas 12 anos.

Bom, mas como o assunto é a Zélia, listo abaixo todos os seus livros, quem sabe você não se anima e consiga ler primeiro que eu. Beijos, até


Obras de Zélia Gattai


Anarquistas Graças a Deus, 1979 (memórias)

Um Chapéu Para Viagem, 1982 (memórias)

Pássaros Noturnos do Abaeté, 1983

Senhora Dona do Baile, 1984 (memórias)

Reportagem Incompleta, 1987 (memórias)

Jardim de Inverno, 1988 (memórias)

Pipistrelo das Mil Cores, 1989 (literatura infantil)

O Segredo da Rua 18, 1991 (literatura infantil)

Chão de Meninos, 1992 (memórias)

Crônica de Uma Namorada, 1995 (romance)

A Casa do Rio Vermelho, 1999 (memórias)

Cittá di Roma, 2000 (memórias)

Jonas e a Sereia, 2000 (literatura infantil)

Códigos de Família, 2001

Um Baiano Romântico e Sensual, 2002

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Um pouco de Sylvia Plath

Olá, amigos.
Uma personalidade que me intriga profundamente é a grande poetisa do século XX , Sylvia Plath, seus textos são ótimos, mas sei que foram escritos a base de um sofrimento incomensurável. Sua trajetória por este planeta foi curta, dura e intensa, e mesmo vivendo atormentada, ela pôde nos deixar textos incríveis e se tornar heroína de muitas mulheres na década de 70.
Ela nasceu em 1932, no Estado de Massachusetts, numa família de origem austríaca. Era muito inteligente. O pai morreu quando ela tinha 8 anos. Se casou com o escritor Ted Hughes, que se tornou a razão de seu tormento e a inspiração para suas poesias amarguradas. Ela o amava e ele a traía constantemente.
Em 1953, tentou se matar. Em 1957, seu marido, publicou The Hawk in the Rain, primeira coletânea de poemas que o tornaria célebre. Em 1962, Hughes encontrou outra mulher e abandonou Sylvia. Em junho, numa casa de campo, em Devon, ela escreveu seus mais belos poemas, que compõem a coletânea Ariel, movida por verdadeiro frenesi. Antes do Natal, solitária, desamparada, mudou-se com os filhos para uma casa em Londres. Na manhã de 11 de fevereiro de 1963, depois de preparar o leite das crianças, escreveu um bilhete e abriu o gás da cozinha.
Para saber mais sobre sua vida, assista ao filme Sylvia, de 2003 com Gwyneth Paltrow. É muito bom, dá para se ter uma idéia de como foi sua vida.
Abaixo, um pouco de seu tormento. Abraços, até a próxima.


Os manequins de Munique

A perfeição é horrível, ela não pode ter filhos.
Fria como o hálito da neve, ela tapa o útero
Onde os teixos inflam como hidras,
A árvore da vida e a árvore da vida.
Desprendendo suas luas, mês após mês,
sem nenhum objetivo.
O jorro de sangue é o jorro do amor,
O sacrifício absoluto.
Quer dizer: mais nenhum ídolo, só eu
Eu e você.
Assim, com sua beleza sulfúrica, com seus
sorrisos
Esses manequins se inclinam esta noite
Em Munique, necrotério entre Roma e Paris,
Nus e carecas em seus casacos de pele,
Pirulitos de laranja com hastes de prata
Insuportáveis, sem cérebro.
A neve pinga seus pedaços de escuridão
Ninguém por perto. Nos hotéis
Mãos vão abrir portas e deixar
Sapatos no chão para uma mão de graxa
Onde dedos largos vão entrar amanhã.
Ah, essas domésticas janelas,
As rendinhas de bebê, as folhas verdes de confeito,
Os alemães dormindo, espessos, no seu insondável desprezo.
E nos ganchos, os telefones pretos
Cintilando
Cintilando e digerindo
A mudez. A neve não tem voz.
Últimas palavras
Não quero um simples caixão, quero um sarcófago
Com rajas de tigre e um rosto em relevo,
Redondo como a lua, para fitar o alto.
Quero estar de olhos neles quando eles chegarem
Furando a mudez de minerais e raízes.
Estou a vê-los — caras de astros remotos, pálidas.
Agora não são nada, não são sequer bebês.
Eu os concebo sem pai nem mãe como os primeiros deuses.
Certamente indagarão se fui importante.
Como fruta me cristalizo e conservo meus dias!
Meu espelho está se embaçando —Uns poucos alentos e ele nada reflete.
As flores e as faces ficam brancas de pano.
Não creio no espírito. Foge como vapor
Em sonhos, pelo furo da boca e dos olhos. Não o detenho.
Nem voltará um dia. É o contrário das coisas.
Elas duram, o lustrozinho íntimo delas
Ainda morno de tanto manuseio. Titilando quase.
Quando as solas dos meus pés resfriarem,
O olho azul da minha turquesa me confortará.
Deixem comigo minhas caçarolas de cobre, deixem meus potes de ruge
Florirem em volta como flores da noite de bom perfume.
Embrulhar-me-ão com bandagens e deporão meu coração
Aos meus pés em lindo pacote.
Eu não reconhecerei eu mesma. Tudo será turvo,
E o resplendor dessas coisinhas, mais doce que a face de Istar.
Sylvia Plath ( 1932-1963).

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A cidade dos hereges


Olá, gente!

Faltam 4 páginas para acabar um livro fantástico que estou lendo, e já estou passando a dica, pois vale a pena. Quem gosta do estilo que envolve conflitos religiosos na Idade Média não pode deixar de ler, principalmente porque o livro é super dinâmico, tem apenas 263 páginas e é contado de forma magistral. A língua culta é usada de uma forma tão natural que nem se percebe que o livro se trata do ano de 1347.


A Cidade dos Hereges foi escrito pelo aclamado autor argentino Federico Andahazi, responsável pelo sucesso O anatomista. Para ser sincera nunca tinha lido este autor, mas podem apostar que a partir desse livro ele figurará sempre em minha infinita lista de Livros à Ler.

Nesta história arrebatadora, ele volta à Idade Média para mostrar o lado B do cristianismo. Com maestria, Andahazi escreve uma história envolvente e apaixonante sobre os segredos do Sudário de Turim. O livro foi considerado uma das obras mais polêmicas de 2006.

Com um enredo fascinante, o livro traz a filha de um religioso, Cristine, como protagonista de uma revolta religiosa. A jovem se opunha à vontade do pai de construir uma igreja para seu próprio proveito. Antes de entrar para o convento, vive um tórrido romance com o monge Aurélio, que é muito parecido fisicamente com a imagem que todos tinham de Jesus Cristo. Eles passam meses se correspondendo, e suas cartas se tornam um texto belíssimo que questiona os fundamentos do cristianismo. Enquanto isso, o pai de Cristine busca desesperadamente fabricar um santo sudário para fundar sua igreja.

A luta entre o poder político e o eclesiástico, cada qual com suas estratégias, é mostrada de maneira magistral pelo autor, que torna vísivel a face mais escura da natureza humana. Por trás dos muros dos mosteiros medievais, o que marca as orações noturnas é o sexo, junto com a falsidade que impera entre os religiosos.

Leitura imperdível! Está sem tempo? Sei como é, o grande mal da pós-modernidade....mas tire 15 minutos antes de dormir para conhecer esta história. O que você faz em 15 minutos??? Go ahead.

Boa leitura, depois me contem. Beijos


segunda-feira, 12 de maio de 2008

Feito Brasil

Olá, amigos
Hoje a dica vai ser um pouquinho diferente. Será uma sugestão de cosmético para quem gosta de produtos naturais, que não agridam o meio ambiente e seja sustentável. Conheci ontem em uma reunião de família a linha de banho da marca Feito Brasil. Os produtos seguem um linha parecida com a da Natura, mas sua confeccção é totalmente artesanal, produzidos pela comunidade ribeirinha. Eles usam material reciclado, não testam produtos em animais, só usam matéria-prima vegetal, e os materais são biodegradáveis.
Os produtos são a base de flores, plantas e frutos, têm um cheiro delicioso. Vale a pena. Dê uma conferida no site. Eu amei!
boa segunda, beijos

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Arte de amar - Manuel Bandeira

Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.

Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


Manuel Bandeira (1886-1968)