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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Os imperfeccionistas


Uma dica esperta de leitura para quem está de bobeira. Os imperfeccionistas, romance de estreia de Tom Racham, é um livro sobre jornalistas mas não somente para jornalistas. O livro é dividido em capítulos, e cada um conta a história de um jornalista ou alguma pessoa diretamente envolvida com jornalista de um periódico em inglês mas com sede em Roma.
O interessante do livro é que ele não se passa só na redação. Ele passa pela vida privada desses jornalistas em volta com suas vidas profissionais e pessoais geralmente em conflito.
Ouvi dizer que o livro foi o grande Best-seller de 2010. É um bom entretenimento para quem quer uma leitura despretenciosa, e para quem é jornalista, vai se identificar certamente com diversas passagens do livro.
Dica dada. Boa sexta.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Documentário: Uma Breve História do Rock

Olá, pessoal
Achei esse documentário no youtube e resolvi compartilhar. Quem tiver 30 minutos, assista que vale a pena: Uma breve história do rock. Produzido no Brasil.



domingo, 1 de julho de 2012

Para Roma com Amor


Em uma época que a safra de comédias românticas vai de mal a pior, com histórias fracas e atuações piores ainda e roteiros altamente sexualizados, Woody Allen traz Para Roma com Amor para nos salvar.  Uma homenagem à Itália, com tomadas belíssimas feitas dos principais pontos turísticos de Roma, é de encher os olhos. Fazia tempo que Allen não participava de um filme seu e neste ele vem dar uma aula de comédia aos 80 anos de idade.


O filme conta a história em quatro núcleos diferentes, que se passa na capital histórica de Roma. Woody Allen faz parte do núcleo da família de uma turista nova-iorquina, que em visita a Roma se apaixona por um italiano e convida sua família para conhecer a família do namorado. Allen interpreta o pai da moça, que não se contenta que a filha queira se casar com um italiano “comunista”, que não liga para o dinheiro. Ele espera que a filha se case com um italiano rico. Mas ao perceber que o pai do rapaz tem uma voz incrível e talento para tenor, Allen decide investir no dono da voz para ver se pelo menos assim consegue fazer um pouco de dinheiro.
O segundo núcleo é o de um arquiteto que está em férias em Roma e passa a relembrar momentos de quando viveu na cidade há 30 anos atrás. Sua história se confunde com a de um rapaz, também arquiteto, que vive com a namorada onde ele morou. A namorada recebe a melhor amiga sexy e inteligente em casa, e isso acaba despertando o interesse do jovem arquiteto. Ele acaba de apaixonado por ela e fica sem saber o que fazer com a namorada que o ama e é sua companheira. A história dos dois são muito parecidas, ou podem ser a mesma?
Em outro lugar qualquer de Roma, Roberto Benigni (aquele do A Vida é Bela que roubou o Oscar de Central do Brasil) faz um italiano comum, classe média com uma vida bem mais ou menos,  que é confundido com um astro e passa a ser perseguido pela imprensa e por fãs. Tem todas as mulheres a seus pés e descobre a dor e a delícia da fama. Um ótimo recorte que poderia ter rendido bem mais, pois Benigni estava muito bem, sem exageros e firulas.
A quarta história e a mais enrolada é a de dois jovens recém-casados que vem do interior para tentar a vida em Roma, e espera fechar negócios com a família do noivo. A noiva sai para procurar um salão de beleza mas se perde na bela Roma e acaba numa locação onde está sendo rodado um filme com seus astros favoritos. Detalhe: a bela Ornella Muti faz uma ponta nesta sequência . A jovem acaba saindo com seu astro do cinema enquanto seu marido está no hotel esperando por ela. Por engano, ele recebe de presente uma tarde de amor com uma prostituta, ninguém menos que Penélope Cruz, que forma o perfeito conjunto de boa atuação com boa presença no vídeo, um sopro que poderia render bem mais. Sua família chega bem na hora e a confunde com sua esposa.

Essas quatro histórias fazem com que conhecemos um pouco mais sobre Roma e seus peculiares moradores e turistas. O filme traz ótimas interpretações em todos os núcleos e diverte, sem ser piegas, sem sexualizar demais e faz com que os atores experimentem papéis diferentes do que haviam feito. Woody Allen não está nem um pouco decadente, como há muitas críticas por aí. Muito pelo contrário. Está impecável aos 80 anos, com o timing certo para comédia e com ótimo roteiro, com referências e colocações que só um texto dele é capaz.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Drive - Nicolas Winding Refn (2011)

A história do filme é muito simples. Um homem que trabalha como mecânico e dirige carros como dublê em filmes, e ainda por cima nas horas vagas ajuda bandidos em fugas de assalto por ter habilidade excepcional em dirigir em alta velocidade, se envolve em um assalto que não dá certo para tentar ajudar o marido da vizinha e o filho do casal. O plano dá errado e o marido da vizinha morre na sua frente. Para proteger a mulher e a criança, o mocinho vai atrás dos bandidos em busca de vingança, até acabar com todos.
Está aí o resumo do filme. Agora não é porque você sabe toda a história que vai deixar de vê-la, pois eu costumo dizer que não importa qual é a história está sendo contada e sim como ela é contada. E em Drive, com a excelente direção de Nicolas Winding Refn, faz toda a diferença a maneira como ele conta a história.
O protagonista é um herói solitário, sem passado, misterioso, muito bem interpretado pelo ator canadense e camaleônico Ryan Gosling, que já me chamou a atenção desde Diários de uma Paixão. O ator mostra versatilidade em cada personagem e neste filme você não vê nada do rapaz tímido que namora uma boneca comprada pela internet de A Garota Ideal e nem o marido humilhado de Namorados para Sempre. Você vê apenas o motorista em um papel que vai ficar marcado em sua ascendente e promissora carreira.
Em Drive seu personagem é instigante e intrigante ao mesmo tempo, é simples e objetivo, chegando a ser até frio, de uma maneira didática. Mas aí se esconde o charme do personagem, não sabemos seu nome, de onde veio nem para onde vai, só sabemos que impulsionado por um sentimento ele age em nossa frente como se não houvesse amanhã, e acompanhamos ávidos por saber mais e torcemos muito por ele.
O filme é cheio de violência e paixão, tratados com muito estilo pelo diretor, pois o herói justiceiro quer a todo custo proteger Irene, sua vizinha (a sem gracinha da Carey Mulligan) e seu filho, e nem se importa com o dinheiro e muito menos em matar alguém dentro do elevador na sua frente, como acontece em uma das sequências mais violentas do filme.
A fotografia é quente, avermelhada e densa, e cria a tensão necessária para o desenrolar da trama. A câmera lenta é amplamente usada para a suspensão do tempo na antecipação da ação. Há que não aprecie este recurso mas neste filme foi fundamental para dar liga a trama.
A trilha sonora soa bem anos 70, assim como o carro do personagem e seu jaquetão branco, boa parte do narrativa ensanguetado. Por um momento pensei estar vendo um filme de Quentin Tarantino em slow motion. 
O papel do motorista seria inicialmente de Hugh Jackman, mas após ver Drive não consigo imaginar qualquer ator que não seja o Ryan Gosling para ele.
Um ótimo filme ainda em cartaz nos cinemas de Ribeirão Preto. Aproveitem e bom filme.

Essa coluna foi escrita originalmente para o www. varaldiverso.com

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma geração que salvou Hollywood

Depois de muito enrolar, confesso que enrolei bastante, finalmente terminei a leitura de
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’roll Salvou Hollywood: Easy Riders, Raging Bulls, de Peter Biskind, publicado pela editora Intrinseca.
Mas só enrolei mesmo porque o livro é muito bom, daqueles que a gente enrola para não acabar, pois se deixar, dá para ler numa sentada só. A leitura flui, pois além do texto ser delicioso, as histórias contidas nele são impagáveis. Além do mais, é sobre cinema.
Neste livro reportagem com cara do mais mirabolante best-seller, Peter Biskin, que já foi editor de várias revistas de cinema e escreve sobre a sétima arte em várias publicações de respeito nos Estados Unidos, mostra o período considerado de ouro do cinema norte-americano, a década de 70. Segundo ele, foi o momento mais produtivo de Hollywood, em que jovens cineastas criativos vieram para salvar a indústria do cinema em virtude da quebra de grandes estúdios. Nesta época destacaram-se diretores como Francis For Coppola, Martin Scorsese, George Lucas, Steven Spielberg e Terrence Malick.
O que diferenciou essa década de outras é que antes de Bonnie e Clyde (1967), que ditava a produção
dos filmes eram os estúdios. Se o estúdio não aprovava um roteiro, dificilmente o filme entraria em produção. O diretor fazia o que o estúdio mandava e não havia conversa.
Já a partir de Bonnie e Clyde, que foi todo idealizado por Warren Beatty, Hollywood passou a conhecer outro tipo de cinema, feito com tiros, violência, sangue e balas, muitas balas, o que transformou o bandido em herói. Mais ou menos que tem acontecido com os filmes de favela no Brasil na última década.
Essa troca de valores mexeu muito com toda a estrutura de Hollywood, principalmente porque o filme foi um sucesso de bilheteria e abriu portas para que diretores, assim como Beatty, pudessem criar, adquirindo status de autor da obra. Assim como os franceses da Nouvelle Vague. Esse foi só o começo. Depois viram Easy Rider, de Dennis Hopper, que pela primeira vez mostrou pessoas se drogando abertamente e curtindo um estilo de vida que nenhum grande estúdio financiaria, O Poderoso Chefão, que foi a glória e a perdição de Coppola, Taxi Driver, de Scorsese, entre muitos outros.





Easy Rider (1969)





Mesmo que a era do ouro tenha sido só a década de 70, foi ela que transformou a indústria no que ela
é hoje. Pena que a maioria dos diretores torraram suas fortunas em drogas, orgias e mulheres.
Para quem gosta de cinema, o livro é imperdível, para quem gosta de uma leitura envolvente, cheia de tramas que daria um filme, também vai gostar.
Recomendo demais, pois há muitas outra histórias dos bastidores da Nova Hollywood, como essa
década ficou conhecida.











Bonnie e Clyde (1967)



Semana passada vi que este livro estava por R$ 9,90 no Submarino. Só não compra quem não quer.
Fica a dica! Beijos, até a próxima