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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Não verás país nenhum


Tirei férias da pós, aliás, volto hoje à ativa, e também tirei férias do blog. Vários contratempos me afastaram do meu prazer quase que semanal de devanear sobre meus encontros com as artes. Eis me aqui novamente com uma pauta imensa e sem saber como começar.
Acho que vou falar da minha experiência com o Não verás país nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, escritor brasileiro que criou esta excelente obra de ficção, mas que se você ver bem, nem é tão ficção assim. O livro perturba, constrange, mexe na ferida, incomoda.
Eu fiquei muito afim de lê-lo há uns dois anos atrás, quando o escritor participou de uma feira do livro aqui na cidade e assunto em pauta do seu Salão de Ideias foi apenas este livro. Aí eu ia entrar de férias em dezembro, aproveitei para comprar o livro em um sebo por R$ 5.
Beleza, comprei o livro e ele permaneceu lá paradinho por quase dois anos, que dó. Fui passando outras leituras na frente e ele foi ficando.
Agora em julho resolvi acelerar minha estante empatada de livros adquiridos e não lidos, e para isso dei um tempo de visitar as bibliotecas. E não é que me apaixonei por este livro logo na primeira página, e em vez de ler rápido, como costumo fazer, para não perder tempo e começar a ler outras obras, me surpreendi enrolando para virar cada página, só para não ver o livro terminar.
Ele conta a história de um homem vivendo em meio a uma São Paulo futurista, o caos que a cidade e o planeta se tornam, as dificuldades para se conseguir água potável e comida, o problema do lixo, que não tem mais lugar para ir, o calor insuportável, que faz todos transpirarem o tempo tempo, a política corrupta, o sistema de divisão de classes, etc, em meio a isso os problemas sociais e de relacionamento entre as famílias e os casais, como acontece com o próprio personagem principal, um professor de história aposentado que vive questionando o novo mundo em que vive.
O livro é de uma veracidade gritante e alarmante, e complemente atual. É como citei no twitter, é um livro para se ter, ler e reler, e prestigiar o talento de Brandão para a literatura.
Fiquei até mal por ter demorado tanto com este livro, mas valeu a pena, e agora poderei relê-lo assim que quiser.
Eu se fosse você faria o mesmo. beijos

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