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terça-feira, 24 de março de 2009

O leitor x A leitora


A Kate Winslet é, na minha modesta opinião, uma das melhores atrizes de sua geração, e porque não dizer a melhor. Venho acompanhando seu trabalho desde Titanic, quando ficou mundialmente conhecida. Assisti vários filmes só porque ela atuava, e em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, um marco do cinema contemporâneo, (um filme magnífico que amo de paixão e tiro o chapéu só de lembrar que ele existe), ela está divina.
E ela só é o que é porque procura inovar, se reinventar, e sair do estereótipo hollywoodiano. Mais uma vez ela disse a que veio e este ano foi dela nas premiações mundiais do cinema, e demorou né. Depois de 6 indicações para o Oscar, até que enfim levou a estatueta para casa e ainda disse que Meryl Streep "teria que engolir essa." O seu trabalho em O leitor foi primorozo, de uma extrema delicadeza, e para quem leu o livro ( é claro que li antes de ver o filme, tchããã), pode ( é , lê-se pôde, é que agora a regra mudou né) observar que ela realmente era Hanna Schmitz, até o olhar dela descrito no livro e a frieza de algumas de suas ações, são perfeitamente reconhecidos....

O livro

Do escritor alemão Bernhard Schlink, conta a história de um garoto que passa a ter um caso amoroso com uma mulher 21 anos mais velha, ele tem 15, e ela 36. Todos os dias ele sai da escola e vai até sua casa, e antes de se amarem eles seguem um ritual. Eles se banham, e ele lê para ela algum romance ou peça que esteja estudando. Em determinado momento ela desaparece, e anos mais tarde, quando ele está na faculdade, ele assiste a um julgamento em que ela e outras 6 mulheres que eram carcereiras de um campo de concentração, são acusadas de assassinato. A partir desta história, surgem no relato do livro o sentimento de amor exacerbado que o garoto sente por Hanna, a vergonha, e o sentimento de culpa. Ao descobrir o analfabetismo de Hanna, o que fazia com que ela quisesse ouvir as histórias dele, e não lê-las, o garoto, Michael, não faz nada para ajudá-la, e isso vai perturbá-lo por toda sua vida, assim como a presença de Hanna em todos os aspectos em sua trajetória, como alguém que ele sempre amou, nunca esqueceu, e se sente responsável, de alguma forma.
Magnífico! Nota 10, leitura rápida em 240 páginas, texto enxuto, objetivo e marcante.

O filme

Gente, parece impossível o que vou dizer, mas é o livro. Exatamente! Isso mesmo, o filme é o livro todo em 2 horas de exibição. Até as falas são idênticas, sem tirar nem por, e as respirações são as mesmas. Nunca vi uma adaptação tão fiel ao original. Bárbaro! Merecedor de todas as honrarias.

Beijos

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