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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Uma geração que salvou Hollywood

Depois de muito enrolar, confesso que enrolei bastante, finalmente terminei a leitura de
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’roll Salvou Hollywood: Easy Riders, Raging Bulls, de Peter Biskind, publicado pela editora Intrinseca.
Mas só enrolei mesmo porque o livro é muito bom, daqueles que a gente enrola para não acabar, pois se deixar, dá para ler numa sentada só. A leitura flui, pois além do texto ser delicioso, as histórias contidas nele são impagáveis. Além do mais, é sobre cinema.
Neste livro reportagem com cara do mais mirabolante best-seller, Peter Biskin, que já foi editor de várias revistas de cinema e escreve sobre a sétima arte em várias publicações de respeito nos Estados Unidos, mostra o período considerado de ouro do cinema norte-americano, a década de 70. Segundo ele, foi o momento mais produtivo de Hollywood, em que jovens cineastas criativos vieram para salvar a indústria do cinema em virtude da quebra de grandes estúdios. Nesta época destacaram-se diretores como Francis For Coppola, Martin Scorsese, George Lucas, Steven Spielberg e Terrence Malick.
O que diferenciou essa década de outras é que antes de Bonnie e Clyde (1967), que ditava a produção
dos filmes eram os estúdios. Se o estúdio não aprovava um roteiro, dificilmente o filme entraria em produção. O diretor fazia o que o estúdio mandava e não havia conversa.
Já a partir de Bonnie e Clyde, que foi todo idealizado por Warren Beatty, Hollywood passou a conhecer outro tipo de cinema, feito com tiros, violência, sangue e balas, muitas balas, o que transformou o bandido em herói. Mais ou menos que tem acontecido com os filmes de favela no Brasil na última década.
Essa troca de valores mexeu muito com toda a estrutura de Hollywood, principalmente porque o filme foi um sucesso de bilheteria e abriu portas para que diretores, assim como Beatty, pudessem criar, adquirindo status de autor da obra. Assim como os franceses da Nouvelle Vague. Esse foi só o começo. Depois viram Easy Rider, de Dennis Hopper, que pela primeira vez mostrou pessoas se drogando abertamente e curtindo um estilo de vida que nenhum grande estúdio financiaria, O Poderoso Chefão, que foi a glória e a perdição de Coppola, Taxi Driver, de Scorsese, entre muitos outros.





Easy Rider (1969)





Mesmo que a era do ouro tenha sido só a década de 70, foi ela que transformou a indústria no que ela
é hoje. Pena que a maioria dos diretores torraram suas fortunas em drogas, orgias e mulheres.
Para quem gosta de cinema, o livro é imperdível, para quem gosta de uma leitura envolvente, cheia de tramas que daria um filme, também vai gostar.
Recomendo demais, pois há muitas outra histórias dos bastidores da Nova Hollywood, como essa
década ficou conhecida.











Bonnie e Clyde (1967)



Semana passada vi que este livro estava por R$ 9,90 no Submarino. Só não compra quem não quer.
Fica a dica! Beijos, até a próxima

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