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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ensaio sobre a Cegueira


O filme Ensaio sobre a cegueira do diretor Fernando Meirelles pode ter desagradado aos europeus no Festival de Cannes, mas me agradou e muito. Eu já conhecia a história, pois já havia lido o livro, mas adorei a perspectiva que o Fernando deu ao filme e como ele usou o branco como referência em quase todas as cenas para nos ambientar mais no tipo de cegueira que os personagens do filme passaram.
Fiquei muito curiosa sobre o filme, estava louca para vê-lo, pois este foi o único livro do Saramago que eu consegui ir até o fim. Nunca gostei dos livros dele, os cult de plantão podem me apedrejar, mas eu não gosto do texto dele, mesmo ele sendo nobel de literatura. Já fiz 3 tentativas e a única que consegui concluir foi o Ensaio, isto porque e história era muito interessante, não pelo texto dele, que considero dificil, chato, e sem nexo. Alguns dizem "ah, mas isto é literatura", mas para mim literatura é um texto simples e bem feito, e é muito mais difícil fazer um texto simples, pode apostar.
A história é inédita, um cidade anônima em que as pessoas começam de repente a ficar cegas, com uma cegueira branca, sem causas aparentes. Torna-se uma epidemia, causando um caos na sociedade. Os personagens, que não têm nomes, são postos em quarentena em um hospício e passam a viver de suas próprias regras. O filme, tanto quanto o livro, não pretende mostrar a causa e a cura, e sim, as relações humanas, a sobrevivência em meio a uma situação totalmente nova e inesperada, e que muda por completo a vida das pessoas, de forma a transformar suas crenças, sua moral, seus princípios para sobreviver.
Além disso, a estética do filme é maravilhosa, pois a direção de arte caprichou nos cenários brancos, aliás, o branco predomina no filme, as luzes brancas não intensas, pois a ideia é mostrar a cegueira branca. A ausência de cores fortes nos faz entrar cada vez mais no filme, e os cenários foram bem montados para passar a ideia de pandemônio em meio a uma crise inesperada.
Como sempre digo, melhor ler o livro antes de ir ao cinema, mas se vir o filme já basta, está muito bem explicado pelo Fernando. E bem interpretado por todos, especialmente por Julianne Moore.
Beijos,

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