Páginas

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estômago


Estou caindo de sono, mas valeu a pena. Ontem fui dormir tarde porque não conseguia desgrudar meus olhos do filme Estômago, que ganhou diversos prêmios no Brasil e no mundo, e o último foi esta semana , o Prêmio Vivo, considerado o Oscar do cinema nacional. Ando tão apaixonada por cinema, e mal tenho dormido, para acompanhar o máximo que o dia me permite da sétima arte.
Estômago é uma obra prima do cinema nacional, simplesmente amei o filme. Primeiramente porque adoro cozinhar, e comer, é claro, então me identifiquei de pronto com a situação gastronômica do filme.
Gosto muito de histórias que envolvem gastronomia, tanto que sempre que posso assisto Ratatouille, um dos meu favoritos. Estômago é com o genial ator João Miguel, pouco conhecido da grande mídia porque não faz novelas, mas é hoje ao lado de Selton Mello, o melhor ator de cinema do país. Seu talento é gostoso de ver, dá um orgulho danado.
O roteiro do filme é simples e bom, mas a montagem, a forma como foi contada a história, com os recortes que só o cinema é capaz, tornaram o filme mágico, leve e delicioso, em todos os sentidos. ( ps. em 80% das cenas as pessoas estão comendo, bebendo vinho ou falando de comida, nem parece filme nacional dada a sutileza e riqueza com que o assunto foi abordado). O inusitado é um caipira, com sotaque nordestino, aprendendo e depois ensinando a arte de fazer e comer.
O filme conta a história de um paraibano que chega a São Paulo sem nada, apenas com pouca bagagem e sem dinheiro, até aí nenhuma novidade. Para pagar a comida, começa a trabalhar em um boteco fuleiro e passa a fazer os salgadinhos. O bar enche, pois ele, Raimundo Nonato, tem uma ótima mão para a cozinha, dom nato, mas não tem a técnica.
Um dono de um restaurante italiano gosta da comida dele no bar e o convida para trabalhar com ele no restaurante, e passa a ensinar Raimundo a arte da culinária. Entretanto, Raimundo se apaixona por uma prostituta, e todo dia a busca no trabalho e serve o jantar para ela.
Até que a cena muda de repente e Raimundo está na prisão, e dentro da prisão ele passa a cozinhar para os companheiros de cela, ser eleogiado por isso e ganha a confiança o chefe da cela.
Pulada brusca né, mas não vou contar o filme todo senão perde a graça, pois a graça deste filme não é só a história mas sim como ele foi contada. As duas histórias vão se mesclando, a que ele está dentro e a que está fora da cadeia, tanto que só no final ficamos sabendo qual o motivo dele ter sido preso. São duas fases da vida do personagem em que ele usa a culinária para sobreviver.
Prêmios super merecidos, ótimo roteiro, montagem, atuação e direção.
É nessas horas que me orgulho de ser brasileira.

Nenhum comentário: