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quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Via Láctea


Semana passada vi um filme nacional de arte maravilhoso, A Via Láctea, da diretora Lina Chamie ( será que é filha do poeta??!!?). Bom, o filme bem ousado para os padrões nacionais, conta a história de um casal que está sofrendo a dor da separação. Heitor ( Marco Ricca) é um professor de literatura mais velho que Júlia (Alice Braga), que é atriz, mas deixa a profissão para ser veterinária. Após uma discussão por telefone eles terminam, e Heitor sai de casa correndo pelas ruas de São Paulo para tentar reatar o namoro. A partir daí a história passa a ser contada de forma fragmentada todos os principais momentos do casal e como se conheceram. A diretora mostrou bastante a cidade de São Paulo, o caos urbano do trânsito, as luzes da cidade, o cheio e o vazio. Além disso, alguns personagens coadjuvantes falavam direto com os persongens principais sobre o rompimento da relação, mesmo sem saber de nada, em forma de metalinguagem, o que achei muito diferente e bem usado.
A lírica do filme está em mostrar os sentimentos humanos, e não as ações, por isso a impressão de monotonia e de as cenas se repetirem, mas a diretora mostra a visão de cada um na cena. O que mais amei no filme é o dialogismo entre literatura e cinema, minhas duas artes favoritas. A mistura deu muito certo de uma maneira inusitada. A literatura é ponto muito forte, pois o tempo tempo é declamado trecho de um poema, de uma peça ( por ela ser ex-atriz) autores são citados em suas conversas, textos e trechos de poemas são citados em seus pensamentos e na narração da história, enfim, uma união perfeita.
Filme profundo, artístico, ousado e literal, literalmente, hehe
beijos

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